sexta-feira, 10 de julho de 2009

como tudo começou...

Diz-se que as mulheres gostam de ser mal-tratadas. O diz-se é de senso comum que não é ninguém, mas ele existe. E as tais verdades que ele fala são afirmadas e reinteradas ao longo dos anos. Não há provas, só fatos. Que se tornam reais cada vez que um canalha leva a melhor sobre um romantico passivo. Tenho um amigo que diz que mulher gosta de homem de atitude. Defina atitude?
O sofrer de amor é muito complicado, porque ou se sofre de amor ou por causa do amor. O poetas romanticos sofriam de amor, Lord Byron e aquela galera do século retrasado. Por causa do amor sofrem todos os que são vitimas de amor canalha, grosseiro, indiferente, daquele que se quer ver livre mas se é incapaz. A causa do sofrimento é o existir do amor, o qual não se pode controlar, do qual só se pode ser vítima.
Sou uma pulga. Chamo-me Inês, tenho 3 anos. Me apaixonei por um cachorro. Estranho? Também achei. Nossa vida é passar de cão para cão, simplesmente. Vivemos de atormenta-los, é o que de mais divertido fazemos. Cachorros são bem idiotas, por mais treinados que sejam, eles sempre tentam nos pegar com dentadas neles mesmos. ... Certo dia um cão de uns 36 cm, tornou-se minha vítima, foi tudo bem. No começo. Eu fazia o meu trabalho e ele o dele. Perfeitamente. Na calada de um instante ele me comprimentou, puxou assunto sobre o clima, a violência, o preço da ração. Falou comigo. Não sei o que senti. Eles não conversam conosco, eles tentam se livrar de nós, esse era diferente quis papo. Eu dei. Tanto que esqueci de perturbalo. Passei a ser passageiro da sua vida, não mais praga. Era tudo tão inacreditavel, que ... no começo não levava fé, com o tempo meus questionamentos foram enconbertos pela companhia, pelas conversas, pelos elogios, pelos passeios. Me apaixonei. Rendi-me aos encantos de um cão topetudo, simpático, dono da verdade, conquistador, grosseiro, bonito. Tudo isso passou dispercebido, por baixo do encantador sorriso, do papo acolhedor, do próprio ele. Fui ganhando patadas, foras, ridicularizações pelo que acreditava. Era como se não o merecesse, mas mesmo assim, ele gostasse de me ter ali, perto de mim. Em me tratar mal, não despresava minha presença. Com dificuldade percebi, encarei e conpreendi que estava me anulando para ter comigo aquele cão bacana. Bacana? Gostava dele. E ver a verdade que era verdade, não era o que eu queria fazer. Com forças, comecei a evita-lo, mesmo estando em cima dele, não era muito boa nisso, mas do meu jeito, estava começando. E para minha surpresa ele não percebeu, não estranhou, não me questionou. Não houve na vida dele um vacuo que era exatamente do meu tamanho. Não. Não. Precisei trocar de cachorro, para poder re-estabelecer minha cabeça. Na despedida, ele disse "Tchau, boa sorte!", e só, nenhum lamento, nenhum 'fica pulga'. Nada. Foi só uma amizade, mas nada. O triste fim, me mostrou que sozinho me encantei e me apaixonei, pelo que para mim era inesperadamente inacreditavel, mas para ele eram traços normais do seu comportamento pessoal. E me abandonei à merce do que ele fazia, simplesmente para não perder essa amor.
Bobagem minha achar que isso também acontece com os humanos. O senso comum, não é confiável.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Foi descoberto que os bichos não se sentem tão amigos dos cachorros. Talvez a história do cão ser o melhor amigo do homem seja valido só para o homem.

Pelo menos nós cantamos,
Digo isso pra mim mesmo
Sempre que vejo um disco voando.
Não atiram discos pra nós.
Atiram pedras!
E não é pra gente ir atrás e buscar
É pra gente cair da árvore e não voltar mais.
Ora, nosso canto é tão mais bonito
Que os latidos
Mas parece que não é suficiente.
Eles ganham jornaladas
Nós espoletadas
Nós, casas de equilibristas em galhos bambas
Eles, almofadas no chão da sala.
Justiça?
Nunca ouvir falar

(Piriquito Carlos)


O poema a cima foi deixado na porta da casa do cachorro da minha tia há três dias. O cão está desaparecido. Os piriquitos do meu avô passam o dia inteiro cantando.